Impetus System: The power of chaos

Chapter 4: The perfect heroine



Do outro lado da sede, sob os flashes incessantes das câmeras, Aiko Yamato ainda estava cercada por repórteres. Cada um mais insistente que o outro, sedentos por suas declarações.

Mas a conversa foi interrompida pela chegada de um homem de terno impecável e cabelo bem penteado. Ele exalava autoridade e autoconfiança, seus passos ecoando firmemente no mármore da sede. Um sorriso presunçoso dançava em seu rosto enquanto ele se aproximava de Aiko.

"Aiko! Que surpresa agradável! Ninguém me disse que você estava na sede." Sua voz soou teatral, como se estivesse dando um show para o público.

Aiko olhou para cima, seu rosto inexpressivo. Ela não fez nenhuma tentativa de esconder seu desconforto.

"Eu não queria que ninguém soubesse. Estou só de passagem." Sua resposta foi seca e sem entusiasmo.

O homem, Akihiro Sagawa, Secretário Executivo da Irmandade, ignorou a frieza e, sem aviso, abraçou-a de lado, uma ação claramente calculada para as câmeras.

"Sabe... seria muito conveniente se você coordenasse o treinamento dos novatos hoje!" ela disse, sorrindo largamente. Os jornalistas entraram em frenesi.

"Aiko Yamato vai conduzir o treinamento?!" "Rápido, chame o chefe de imprensa! Temos um furo de reportagem!" "Chame a equipe imediatamente! Precisamos de cobertura exclusiva!"

Aiko sentiu a pressão dos holofotes. Seu desconforto se transformou em frustração. Ela sabia que não podia recusar sem criar uma comoção maior.

"Tsk…" Ela respirou fundo, aceitando relutantemente. "Okay."

O sorriso de Akihiro se alargou ainda mais.

"Ótimo! Então vamos lá…"

O ginásio estava lotado. Recrutas de diferentes níveis enchiam o grande espaço, que mais parecia uma arena. Nenhum dos presentes era mais alto que o Rank C, mas todos pareciam ansiosos. Os sussurros logo se espalharam quando Aiko entrou na sala, os olhos de todos se voltando para o guerreiro de cabelos dourados.

— Cara, ela é ainda mais linda pessoalmente… — Você viu os feitos dela? Aiko é uma lenda viva! — Por que os repórteres estão aqui? Isso não deveria ser uma sessão de treinamento interno? — Que chatice… esses caras da imprensa estão bagunçando tudo.

Satsu, que havia chegado por último, estava tentando recuperar o fôlego no fundo do ginásio. Quando ele olhou para cima e a viu novamente, sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

— De novo… — ele murmurou, engolindo em seco. Aiko Yamato estava ali, diante dele, como um espectro de força inatingível. Ela levantou a voz, silenciando os murmúrios.

— Hoje vocês serão avaliados por mim. Testarei o nível de combate de todos vocês e farei um relatório para a irmandade. — Seus olhos varreram os recrutas como lâminas afiadas.

— Se alguém se destacar, escreverei uma carta de recomendação para meus contatos para que eles possam obter uma posição adequada dentro da Irmandade.

Um murmúrio de excitação encheu o ginásio. Para muitos, esta era uma oportunidade de ouro. Mas então, com um movimento fluido, Aiko sacou suas adagas. Seu olhar ficou gelado.

"Mas eu não disse que iria pegar leve."

Uma pressão invisível encheu o ar. Como um predador liberando sua presença, Aiko exalou um fragmento de seu poder. O chão pareceu vibrar levemente. Os escalões mais baixos estremeceram, sentindo o peso daquela força. Até os escalões C mostraram hesitação.

Satsu sentiu suas pernas tremerem involuntariamente. Seu corpo gritava para não se mover.

Os recrutas de rank C tropeçaram, desequilibrados pelo peso da aura que ela liberou. Até os mais experientes que assistiam engoliram em seco.

Satsu sentiu suas pernas cederem, seus músculos queimando como se fossem derreter. Seu coração batia em um ritmo caótico, e suor frio escorria pela nuca.

"Ela nem está realmente lutando...", ela pensou, engasgando com seu próprio medo.

"Vamos", Alko sussurrou, sua voz tão suave quanto a seda de uma armadilha mortal.

O primeiro grupo avançou em uníssono, seis recrutas de rank D e C, suas armas brilhando nas luzes do ginásio. Um deles, um guerreiro empunhando um machado, fez um golpe vertical com um rugido. Alko desviou facilmente, girando no ar em um movimento tão fluido que parecia desafiar a gravidade. Sua adaga atingiu a lateral do machado, desviando-o com um barulho metálico que ecoou como um trovão. Antes que o guerreiro pudesse reagir, ela pousou em seus ombros, seus pés leves como penas, e saltou novamente, usando seu corpo como trampolim. O homem caiu no chão, o ar escapando de seus pulmões com um gemido abafado.

Dois recrutas atacaram pelos lados, suas espadas se cruzando em uma armadilha perfeita. Alko se inclinou para trás, as lâminas passando a milímetros de seu rosto. Com um sorriso quase imperceptível, ela atingiu um deles no pulso com o punho de sua adaga, fazendo-o largar sua espada.

A arma caiu, e antes que pudesse tocar o chão, ela a chutou com precisão cirúrgica, atingindo o segundo recruta no peito. Ele voou para trás, colidindo com a parede com um baque surdo.

"É só isso?" Alko provocou, erguendo uma sobrancelha enquanto recuava em passos lentos, como um felino encurralando sua presa.

Os recrutas restantes trocaram olhares determinados. Um invocador de rank C levantou as mãos, e uma criatura de pedra emergiu do chão, rugindo. Ao mesmo tempo, um mago lançou uma saraivada de projéteis de gelo, enquanto um lutador corpo a corpo ziguezagueava para frente, tentando confundi-la.

Alko parou, fechando os olhos por uma fração de segundo.

"Hora de brincar."

Ela saltou no golem de pedra, suas adagas cravando nas juntas da criatura. Mana pulsou através de suas lâminas, e o monstro se desintegrou em um redemoinho de cascalho.

Antes que os cacos pudessem cair, ela estava no ar, girando para desviar dos projéteis de gelo. Um deles roçou seu braço, deixando um rastro de gelo, mas ela nem sequer vacilou.

Aterrissando atrás do mago, Alko pressionou a ponta de sua adaga contra a parte de trás do pescoço, fria o suficiente para congelar o sangue nas veias do recruta.

"Você é lenta", ela sussurrou, empurrando-a gentilmente com o pé.

O lutador, aproveitando a distração, agarrou-a por trás, envolvendo-a com seus braços musculosos como uma serpente de aço.

"Peguei você!" ele gritou triunfantemente, seus músculos tremendo com o esforço.

Alko riu, um som suave e melodioso que contrastava com a tensão no ar.

"Você realmente quer tentar me segurar?"

Seus olhos azuis brilhavam como estrelas em uma supernova, e o ar ao redor dela se distorceu. Uma explosão de mana irrompeu de seu corpo, azul e ofuscante, envolvendo-a em um cobertor de energia pura.

A lutadora foi jogada como uma boneca de pano, batendo em uma coluna de concreto a dez metros de distância. O impacto sacudiu o ginásio, e pedaços de gesso caíram como chuva.

Satsu caiu de joelhos, uma dor incandescente perfurando seu peito. Era como se seu corpo estivesse sendo esmagado por um gigante invisível. Sua visão ficou turva, e ele viu, através de um véu de lágrimas, Alko caminhando em sua direção. Cada passo ecoava como um martelo em seu crânio.

"Você..." Ela parou na frente dele, curvando-se levemente. "Por que você ainda está de pé?"

Satsu tentou responder, mas apenas um gemido saiu. Suas mãos cravaram-se no chão enquanto ele lutava contra a força que o esmagava.

"Resistência é inútil", ela sussurrou, quase lamentavelmente. "Você pode descansar agora."

Um toque de sua adaga no ombro de Satsu, leve como a asa de uma borboleta, foi o suficiente. Ele desmoronou, o mundo escurecendo em um turbilhão de dor e desespero.

Quando a poeira baixou, todos os recrutas estavam no chão, gemendo ou inconscientes. Alko guardou suas adagas, sem uma única gota de suor no rosto. O silêncio que se seguiu foi tão pesado que até a respiração dos espectadores parecia ventos uivantes.

"O treinamento acabou", ela anunciou, virando-se para sair.

E então, com todos finalmente no chão derrotados, o teste acabou. Tudo se acalmou.

Aiko, com um leve e doce sorriso. Com um simples movimento, ela se virou e começou a sair do ginásio, como se nada disso tivesse sido um desafio real.

O secretário, aproveitando a presença dos repórteres, começou a bater palmas exageradamente, sua voz ecoando por todo o ginásio:

"Este é o verdadeiro poder de um Rank S da Irmandade da Fênix!"

Os repórteres imediatamente se aproximaram novamente, os flashes de suas câmeras piscando sem parar, os blocos de notas sendo preenchidos às pressas. Suas vozes se misturaram em uma enxurrada de perguntas ansiosas:

"Aiko! Aiko! Alguém se destacou? Alguém neste novo grupo de recrutas demonstrou talento excepcional?"

Aiko manteve seu comportamento calmo e respondeu em tom amigável:

"Somos todos fortes, porque…"

Antes que ela pudesse terminar, a secretária a interrompeu abruptamente, rindo desdenhosamente:

"Claro que não!" Ele gesticulou teatralmente, como se ridicularizasse a ideia. "Não há nem um Rank A nesse bando de idi... err, quero dizer... nesse lote de recrutas! Nosso Rank S nem sequer suou!"

Os repórteres estavam tomando notas ferozmente, suas expressões refletindo a tensão e o impacto das palavras da secretária. Aiko observou a cena por um momento, seu olhar se tornando mais sério, mas sua expressão ainda mantinha a compostura. Então, ela falou:

"Sr. Secretário, o senhor poderia me acompanhar por um momento, por favor?"

O secretário, ainda inflado pelo próprio ego, deu um sorriso presunçoso.

"Claro, Srta. Aiko, claro!"

Voltando-se para os repórteres, ele acrescentou em tom autoritário:

"A imprensa pode ir embora agora, terminamos nosso trabalho de hoje."

Com isso, Aiko e a secretária seguiram em frente, um silêncio sufocante tomando conta do corredor por onde andavam.

O homem, que antes parecia tão imponente, agora engolia em seco, sentindo a tensão aumentar a cada passo. Finalmente, ao passarem por uma porta que dava para um corredor mais isolado, onde não havia ninguém por perto, Aiko parou abruptamente.

Antes que a secretária pudesse perguntar qualquer coisa, ela se virou e, com um movimento ágil e preciso, o empurrou brutalmente contra a parede. O impacto fez um estrondo seco ecoar pelo corredor.

Aiko agora o encarava com uma expressão sombria, completamente diferente da simpatia que demonstrava diante das câmeras. Sua presença dominava o espaço, e a pressão que emanava dela fez a secretária tremer involuntariamente.

"Se você fizer isso de novo sem me avisar..." Sua voz era baixa, mas cheia de uma ameaça cortante.

— Eu mesmo encontrarei uma maneira de tirar você dessa situação.

Aiko afastou a mão da parede, deixando para trás a marca dos dedos gravados no concreto, um lembrete silencioso de sua força. O secretário, suando frio, olhou para ela com os olhos arregalados, a garganta seca. Ele sabia que Aiko não estava brincando.

Ela começou a se afastar, seus passos leves e firmes ecoando pelo corredor. Mas antes que ela desaparecesse completamente de vista, ela virou a cabeça para trás, seus olhos brilhando com uma intensidade assustadora de poder.

— E mais uma coisa… — Sua voz soou como uma lâmina afiada cortando o silêncio.

— Não menospreze ninguém na minha frente.

O secretário sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Suas pernas cederam por um momento, e ele caiu no chão sentado, ofegante. O ar parecia mais pesado, e levou alguns segundos para ele recuperar o fôlego. Seu coração martelava em seu peito, e ele percebeu que estava aliviado por tudo ter sido deixado assim.

Agora, ele entendia. Não era apenas a força de Aiko que a fazia ser respeitada, mas sua moral inabalável.


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