Impetus System: The power of chaos

Chapter 2: A Modest Beginning



Agora, quarenta anos após o cataclismo, a humanidade havia aprendido a lidar com a magia. Eles entenderam que cada indivíduo poderia absorver uma certa quantidade de energia mágica do ambiente, fortalecendo seu corpo e habilidades. Essa absorção, no entanto, se estabilizou naturalmente aos 20 anos.

Os cientistas teorizaram que isso ocorreu porque o corpo humano, ainda em desenvolvimento até essa idade, era flexível o suficiente para armazenar e canalizar mana.

Depois disso, ele se tornou biologicamente incapaz de evoluir nesse aspecto. A quantidade de mana absorvida variou amplamente, definindo classificações que iam de F, para os mais fracos, a SS, para os lendários.

Esse sistema de classificação moldou não apenas as estruturas sociais, mas também a segurança mundial.

Mas também foi o que criou as maiores desigualdades. Agora era 2025, e o mundo havia mudado. As terras que antes eram cobertas por uma névoa de magia e caos agora podiam renascer.

Foi nesse novo mundo que a Irmandade da Fênix foi fundada, um refúgio, uma luz nas sombras.

Uma fila enorme se estendia em frente à entrada, um mar de rostos ansiosos, suados e esperançosos. A placa, simples, mas imponente, anunciava o que todos ali buscavam: Avaliação e Classificação de Novos Aventureiros. Satsu estava entre eles.

Vestido com sapatos gastos e calças levemente rasgadas, ele olhava para o chão, sentindo o peso de um futuro incerto. A camisa amassada não escondia o cansaço que carregava, tanto físico quanto emocional. Ele não tinha poder, nem fama, nada além de uma necessidade desesperada. Sua família – sua mãe, seu pai e sua irmã mais nova – viviam em uma casa improvisada, em um pedaço de terra esquecido pelo mundo. E o futuro? Um abismo sem fim. Mas ele sabia que essa era sua única chance. A única chance de dar uma vida melhor à sua família.

Ele se forçou a não pensar nas condições precárias em que viviam, mas quando olhou para os outros ao seu redor, parecia impossível ignorar a diferença. Todos pareciam ser alguém. E ele? Um garoto simples sem nada a oferecer. Na tela grande à sua frente, uma figura imponente tomou conta da tela: Ren Tanaka, o presidente da Irmandade da Fênix. Sua voz profunda e cheia de convicção ecoou por toda a sala.

"A Brotherhood of the Phoenix tem o dever de proteger as pessoas dos monstros! Somos um grupo que renasceu das cinzas de um passado sombrio e agora temos a obrigação de tornar este mundo um lugar melhor!"

Sua voz carregava um peso, como se cada palavra fosse uma promessa a todos ali. Os rostos na fila se iluminaram. Renascer das cinzas. Havia algo inspirador naquele discurso, algo que os fazia acreditar, mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Satsu não era diferente. Seus olhos brilharam por um momento, como se aquele simples ato de se juntar à Irmandade fosse a chave para uma nova vida.

— PRÓXIMO! — gritou uma mulher com um tom impessoal, uma funcionária da Irmandade, trazendo Satsu de volta à realidade.

Ela apontou para a máquina na frente dele, que não parecia nada amigável. Ele engoliu em seco e colocou os pés no detector de mana, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. A máquina piscou, e um som mecânico ecoou pela sala.

"Você tem mana suficiente para se registrar na associação." — A mulher olhou para ele com um olhar de desdém. "No entanto, você só poderá aceitar a classificação de nível F."

"NÍVEL F?!" Satsu exclamou em descrença. "Esse é o nível mais baixo que existe!"

A mulher, com um sorriso forçado, virou a tela do monitor para ele.

"Olhe para isso", ela disse, apontando para os números. "Um humano normal tem cerca de 2 Mana. Você chegou a 18, e deve se considerar sortudo por ainda ser aceito.

Satsu riu sem jeito, passando a mão na cabeça. Ele se sentiu exposto, vulnerável, e o peso da vergonha tomou conta dele.

"Sério? Hehehe…" ele murmurou, sem saber o que mais dizer, tentando esconder sua humilhação atrás de uma risada estranha.

Os outros funcionários na sala não esconderam seu desdém. Sussurros se espalharam rapidamente entre eles.

"Esse cara não vai conseguir nem acender uma vela, hahahaha."

"Nunca vi um poder tão fraco e patético", disse outro, com um sorriso de superioridade. "O último Rank F que avaliamos saiu com 123 de poder. E o cara nem tinha mais vergonha de aparecer aqui!"

Satsu fechou os olhos por um momento, sentindo o peso da comparação. Mas algo dentro dele se acendeu, uma chama que se recusava a se extinguir. Ele não sabia o porquê, mas não iria desistir.

O funcionário finalizou dizendo:

— Podem ir embora agora, o equipamento já analisou todas as suas habilidades e as transferiu para o banco de dados da irmandade. Não se preocupem, porque esses dados são privados e ninguém terá acesso a eles.

Satsu então agradeceu e foi embora.

Mesmo com o resultado, Satsu correu para casa, com o coração batendo forte, como se carregasse o peso de todos os seus sonhos e esperanças. Ele

sabia que sua família estava em dificuldades, mas agora ele tinha algo a oferecer. Algo para mudar a realidade deles.

— Gente! Gente! — gritou ele ao entrar em casa, respirando pesadamente, os olhos brilhando com uma mistura de cansaço e esperança.

Sua mãe, pai e irmã olharam para ele com surpresa. A humilde casa estava mais apertada do que nunca, mas naquele momento, Satsu não se importava. Ele tinha um objetivo agora.

— Consegui! — disse ele, com a voz cheia de emoção. — Finalmente, vamos ter mais dinheiro! Vamos poder viver num lugar melhor!

A visão de sua irmã sorrindo e seus pais olhando para ele com orgulho foi o suficiente para fazer sua determinação crescer mais forte.

Ele sabia que a jornada seria difícil, mas agora ele tinha algo mais poderoso do que qualquer magia: um motivo para lutar. E enquanto a Irmandade da Fênix era uma promessa de proteção e justiça, Satsu estava prestes a aprender que o maior poder não vinha de seu mana, mas de seu espírito inquebrável.

A alegria na casa de Satsu era palpável. Seu pai, mãe e irmã Mirai o abraçaram calorosamente, todos compartilhando o mesmo sorriso esperançoso. Sua irmã, com os olhos brilhando, foi a primeira a quebrar o silêncio.

"Qual é sua classificação, irmãozinho?" ela perguntou, com genuína excitação. Satsu hesitou por um momento, o peso das palavras de seu próprio coração quase o esmagando.

Ele não queria decepcionar ninguém, mas a verdade era necessária. — Eu sou Rank F. — ele respondeu, sua voz falhando, tentando esconder sua frustração.

O rosto de seu pai Satoru se contorceu em surpresa, um brilho de descrença em seus olhos. Ele não conseguia esconder sua decepção.

"Mas... essa é a classificação mais baixa que temos!" Sua voz tremeu, como se fosse difícil aceitar a realidade. Sua mãe, sempre prática e cheia de sabedoria, gentilmente cutucou o marido com o cotovelo, acalmando-o.

"Satoru, isso não importa! O que importa é que continuaremos a ser uma família feliz. Satsu nos trouxe uma chance para um futuro melhor. Vamos ser gratos por isso." Sua voz tinha um tom reconfortante e firme, como uma rocha que nunca abala.

Ela se levantou e foi até o pequeno fogão enferrujado, tirando a comida que havia preparado com tanto cuidado. Ela a colocou em pratos descartáveis, servindo a todos com um sorriso acolhedor.

"Vamos jantar!" — ela disse, com seu tom caloroso de sempre. — Amanhã, Satsu precisa estar em forma para seu novo emprego!

A cena se desenrolou, uma imagem simples, mas cheia de emoção. Mesmo em meio à pobreza e à miséria, ali, naquele lugar apertado, havia algo que a maioria das pessoas buscava desesperadamente: união e esperança.


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